Projeto que prevê compensação a estados e municípios, deve ter como contrapartida a suspensão de reajustes de servidores públicos por 18 meses
Por Agência Senado
O presidente do Senado, Davi
Alcolumbre, deve relatar o PLP 149/2019,
projeto que prevê compensação a estados e municípios pela perda de arrecadação
provocada pela pandemia de coronavírus. Nesta segunda-feira (27),
ele anunciou que pretende entregar a minuta do relatório na quinta-feira
(30), para que cada senador possa analisar o texto — um substitutivo
à proposta já aprovada na Câmara dos Deputados. A matéria deverá ser
votada em sessão remota extraordinária deliberativa prevista para sábado, 2 de
maio, às 16h. A ideia é entregar a proposta de volta para os deputados federais
na segunda-feira (4).
— Vou conversar com o presidente
[da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia, na reunião do projeto emergencial dos
estados e dos municípios, para ver se a gente pode deliberar um texto sobre o
qual já exista acordo — adiantou.
Além disso, Davi Alcolumbre busca um
texto de consenso entre Congresso e governo: ele se reuniu, nesta
segunda-feira, com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do
assunto.
Conhecida em sua versão original como
Plano Mansueto, a proposta visa repassar recursos a estados e municípios para
auxiliá-los nas despesas relativas ao enfrentamento da pandemia de covid-19.
— Estamos construindo um projeto
que concilie os interesses das regiões, o desejo do governo federal em dar esse
aporte neste momento emergencial e o texto da Câmara — explicou.
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Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado |
Contrapartida
Para a União fazer o repasse aos entes
federados, algumas contrapartidas podem ser incorporadas ao projeto, como
a suspensão de reajustes salariais de servidores públicos municipais, estaduais
e federais por 18 meses, medida proposta pelo presidente do Senado. Ele estima
que essa medida resultaria em uma economia de cerca de R$ 130 bilhões em
recursos.
— Seria um gesto importante
evitarmos os reajustes por 18 meses como contrapartida — destacou Davi.
No entanto, a senadora Zenaide Maia
(Pros-RN) é contra o congelamento de salários dos servidores, especialmente
daqueles que trabalham na linha de frente de atendimento às vítimas da
covid-19.
— Médicos, enfermeiros, técnicos
de enfermagem, coveiros, os trabalhadores da segurança pública. A contrapartida
é não ter aumento para esses trabalhadores? Os aplausos aos trabalhadores da
saúde, ao corpo de bombeiros, às polícias civil e militar, para onde
vão? — questionou ela.
Em resposta, Davi Alcolumbre lembrou que,
há 15 dias, a proposta era cortar os salários dos servidores em 25%, medida que
ele considera bem mais drástica.
Já o senador Lasier Martins
(Podemos-RS) pediu pressa na entrega do relatório, para que o texto possa ser
examinado logo, e assim ele possa responder às demandas de seu estado.
— Estamos numa enorme expectativa;
não apenas o governador, mas também todos os prefeitos do Rio Grande do Sul.
Eles estão, inclusive, solicitando uma reunião com os três senadores do estado
para quarta-feira [29], para que façamos uma projeção do que é que vem para os
municípios. Vai ser um trabalho duríssimo; é um dos estados em condições mais
precárias no país, em termos econômicos e financeiros. E precisamos saber quais
serão os critérios de distribuição de recursos — ressaltou.
Fonte: Agência Senado
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